A hora de novo e o almoço que acabou virando lanche.
E começa o expediente com aquele céu cinza e aquele vento na
rua que deixava aflita cada menina que decidiu arriscar no vestido, por conta
do calor.
E eu ali sentada, debruçada na mesa pensando se alguém por
um acaso estaria cansado do seu lugar ao sol e seus pés na areia e queria
trocar de lugar comigo. Pois é, eu acho que não.
E o dia correu, e eu subi e desci as escadas, como se
estivesse pagando para malhar os glúteos e eu quebrei a cabeça e um pouquinho
dos limites da paciência.
Daí chega lá o Felisberto, com um café preto e um pastel
assado, falando sem parar e eu só queria silêncio, ou melhor, de-sa-ba-far.
Comprinhas no mercado e nosso produto preferido (chocolate),
arriscamos cozinhar juntos, sai um arroz empapado e queimado e uma carninha,
(claro que o arroz foi ele quem fez), mas até que no fim ficou comestível!
O Billie espalha jornal pelo quarto inteiro e o William fica
entre TV, Note e Vídeo Game e eu me pergunto por que este dia ainda não
terminou?
Ele me prensa e me enche de cosquinhas, primeiro eu quero simplesmente
mata-lo, mas me rendo e caio na gargalhada, afinal ele sabe como fazer com que
eu baixe a guarda e me renda, não é mesmo?
Agora eu tento dormir meu sono tranquilo, enquanto meu
cachorrinho idoso sonha e ronca bem baixinho (só que ao contrário).
Agora eu vou sonhar com aquela pousada do Rosa, eu pegando
um sol na beira da piscina e o William em baixo do quiosque trabalhando, depois
meu banho de piscina e um passeio na praia, não tem hora pra dormir, nem pra
acordar, nem pra tomar banho, nem pra passear com o Billie, não tem prazo de
entrega, não tem contas pra pagar, não tem trabalho da faculdade, não tem
faltas a ganhar.
Bons sonhos.
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